sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Extraindo fibras e tecendo histórias

Nós orgulhosamente somos mais um grupo de pessoas neste planeta que começa a trabalhar em parceria com a natureza. Parceria fundada no respeito, no amor universal e na consciência de que Somos Todos Um, de que todas as formas de vida são interlaçadas e co-responsáveis pelos rumos de nossa história coletiva.

Estamos começando um pequeno empreendimento, de produção de papel artesanal a partir da extração e tratamento da fibra de bananeira. Peço a vocês que divulguem entre seus amigos, familiares e em seu local de trabalho, pois este é um grupo de mulheres bastante especial. Elas fizeram questão de colocar o termo “autodidatas” na apresentação do grupo, pois ele se refere a uma característica muito legal que elas têm: a vontade de aprender e uma incrível vontade de vencer e de se superar. Elas estão começando o negócio e aprendendo e aperfeiçoando os processos, sem treinamento especializado, apenas com base em manuais e vídeos baixados da internet, e em um perfeccionismo, seriedade e criatividade incríveis. Tenho muito orgulho de estar trabalhando com elas e de fazer parte do grupo. Quando voces quiserem presentear amigos e familiares, nós poderemos oferecer a vocês boas opções em termos de beleza, originalidade e preço.

Em breve disponibilizaremos nosso portfólio de produtos que, esperamos, possa colocar um "Selo Verde" e solidário em muitas marcas e produtos e possa levar beleza e originalidade a muitas residências, empresas e organizações.

Um abraço fraterno
Maria de Fátima Lima Castanheira

Como nasceu o projeto

O projeto “SB Fibra & Arte” é voltado para a extração, tratamento e comercialização da fibra de bananeira e de seus subprodutos pela comunidade rural de São Basílio. A localização geográfica e a topografia do lugar, caracterizadas por grande altitude e terreno plano, levou a população a adotar de forma espontânea o plantio de bananeiras circundando suas propriedades como um recurso “quebra-vento”.

Em junho de 2009, através do Departamento de Atenção Básica e do Serviço de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde de Uberaba-MG, teve início uma discussão com a comunidade sobre as necessidades locais de saúde pública e coletiva. Considerando as características locais e o perfil epidemiológico da população, destacou-se a necessidade de desenvolvimento de alguma forma de trabalho cooperado de base familiar e intergeracional capaz de ao mesmo tempo promover a integração e a socialização, fortalecer a rede de proteção social e contribuir para a melhoria da renda e da qualidade de vida da população.

A partir dessas discussões, o grupo optou pela extração e comercialização da fibra de bananeira e de seus derivados, tendo em vista a existência do cultivo da bananeira na maioria das chácaras - ainda que não planejado sistematicamente -, o que pode fornecer de imediato a matéria-prima para início dos trabalhos.

Outro fator considerado importante foi o pequeno investimento necessário para a extração da fibra, tendo em vista que o processo é totalmente manual, e requer poucos equipamentos.A partir desta escolha foi realizado um estudo de mercado procurando identificar os clientes e concorrentes potenciais, e a rede de trabalho e de articulação disponível através de órgãos públicos, empresas e organizações não governamentais. Mais de 800 sites foram pesquisados na internet e tendo em vista a característica incipiente do mercado, 324 endereços, entre clientes, concorrentes e organizações de network foram identificados.

O projeto tem nesta incipiência seus maiores riscos e oportunidades de sustentabilidade financeira, pois ao mesmo tempo em que a concorrência - principalmente à comercialização da fibra in natura - é pequena, tem-se pela frente desafios gigantescos em termos de marketing e de abertura de novos nichos de mercado.

Internamente, o projeto tem como principal risco a dificuldade de mobilização da comunidade para o trabalho cooperativo, característica da cultura brasileira, e que inclui no conjunto de crenças e valores da maioria da nossa população, uma auto-imagem negativa quanto à sua capacidade de auto-gestão em trabalhos colaborativos. Na contramão deste processo de desarticulação, os vinte e quatro proprietários de chácaras que inicialmente se dispuseram a trabalhar no projeto, o consideram uma oportunidade para mudar efetivamente esta forma de (des)organização comunitária.

Neste sentido, o projeto “Negócio de Fibra” constitui uma legítima proposta de saúde coletiva, ao propiciar um espaço de re-arranjo construtivo das relações interpessoais, de resignificação da identidade coletiva e de melhoria da renda e da qualidade de vida da população local.

A comunidade rural de São Basílio

A comunidade de São Basílio é um bairro rural do Distrito de Ponte Alta em Uberaba – MG – e possui atualmente 290 pessoas cadastradas pela equipe de Saúde da Família, sendo 167 (57,58%) do sexo masculino e 123 do sexo feminino (42,42%). A maior concentração populacional encontra-se na faixa etária de 50 anos e mais (112 pessoas, 38,62%) seguida pela faixa etária 20 a 49 anos (90 pessoas, 31,03%). A população é formada por 67 crianças e adolescentes (23,10%), e por 21 jovens adultos (15 a 19 anos), que representam 7,24% do total de habitantes.

A maioria das casas (99%) é construída com tijolo/adobe e 1% é feita de taipa revestida, sendo que todos os domicílios possuem energia elétrica. As condições de infra-estrutura básica e de saneamento expressam as características de uma comunidade rural: apenas 1% tem água da rede pública, sendo que os 99% restantes utilizam cisternas e poços artesianos; 1% utiliza sistema de esgoto, 98% utilizam fossa e 1% deixam os detritos a céu aberto.

As condições de tratamento da água e de destino do lixo no entanto são expressões de falta de informação/conscientização, pois apenas 53% filtram a água; 46% não utilizam nenhuma forma de tratamento e 1% utilizam a fervura. Quanto ao destino do lixo, 21% ainda queimam ou enterram, sendo que há o serviço de coleta pública disponibilizado uma vez por semana.

Em relação aos indicadores do ensino fundamental e médio, 100% das crianças e adolescentes com idades entre 7 e 14 anos cadastradas pela Estratégia de Saúde da Família estão na escola e 198 pessoas maiores de 15 anos (88,79%) estão alfabetizadas.
Fonte: Sistema de Informação da Atenção Básica SIAB – Secretaria Municipal de Saúde, junho de 2009.

No referido relatório do SIAB constam 47 cadastros de hipertensos, 9 de portadores de diabetes, 4 cadastros de portadores de doença de chagas, e dois de epilepsia. Não há ocorrências para alcoolismo, hanseníase e tuberculose.

Estes dados são extraídos a partir de informações referidas, ou seja, a partir de respostas dadas pela população em visitas domiciliares realizadas pela equipe da Estratégia de Saúde da Família, por isso contrastam, e muito, da realidade vivida pela comunidade. Os maiores problemas de Saúde Pública da Comunidade de São Basílio são a dependência química e a desestruturação familiar, agravadas pela ausência de infra-estrutura de lazer e de convívio social e pela falta de oportunidades de trabalho. Crianças e adolescentes começam a conviver muito cedo com uma das fontes mais perniciosas de desestruturação social, que é a falta de perspectiva para o futuro.

A partir dos cinco anos de idade as crianças passam a estudar na Escola Municipal do distrito de Ponte Alta, a 13km de distância, e contam com serviço público municipal para transporte dos alunos. São comuns os relatos de discriminação por parte da comunidade escolar em relação a eles. Pelos professores, as crianças e adolescentes moradores de São Basílio são denominadas e referidas como “Os S.B.”, e consideradas crianças e adolescentes problemáticas. Não que estas crianças e adolescentes não apresentem problemas com socialização, limites e expressão adequada de sentimentos como a maioria das crianças e adolescentes na maioria das escolas brasileiras. Mas certamente o convívio com esta forma (nem sempre) velada de preconceito e discriminação deixa suas marcas a médio e longo prazo na auto-estima e no senso de valor desses alunos.

A comunidade conta com uma Unidade Básica de Saúde que atualmente oferece serviços médicos quinzenalmente, e de enfermagem e de visitas de agentes comunitários uma vez por semana. O distrito de Ponte Alta oferece serviços de Unidade Básica diariamente com equipe multiprofissional de médico, dentista, enfermeiro, psicólogos e agentes comunitários, e disponibiliza uma ambulância diariamente em 3 horários regulares para transporte de usuários a Ponte Alta e Uberaba, além de atendimentos de emergência. O planejamento e implantação deste projeto está sob a responsabilidade de uma das psicóloga desta equipe que reside na comunidade.

A topografia plana do loteamento São Basílio, constitui um dos critérios para o cultivo da bananicultura e um fator de sucesso na qualidade da plantação. Como fatores dificultadores, mas que podem ser contornados com técnicas específicas de cultivo, têm-se a baixa temperatura na maior parte do ano, inclusive nas estações que usualmente são mais quentes em todo o país, e a umidade do solo. http://www.cnpmf.embrapa.br/publicacoes/produto_em_foco/banana_56.pdf

Forma de organização do trabalho da SB Fibra & Arte

A unidade de extração da fibra de bananeira em São Basílio tem como base uma proposta de trabalho cooperado que possa transformar-se, com o crescimento do negócio e o engajamento gradativo da comunidade, em uma cooperativa de fato. Para consolidar este objetivo, a elaboração do contrato de trabalho entre os participantes, realizado a partir do estudo, montagem e aprovação do plano de negócios segundo modelo disponibilizado pelo SEBRAE em seu site, contempla os seguintes princípios básicos do cooperativismo:

• Adesão livre e voluntária de todas pessoas aptas a prestar serviços e dispostas a aceitar as responsabilidades de sócios, sem discriminação de classe social, racial, política, religiosa e sexual (de gênero);
• Gestão democrática e livre, ficando o controle das atividades sob a responsabilidade de todos os sócios, que participarão ativamente no estabelecimento de suas políticas e na tomada de decisões;
• Participação econômica dos sócios, que contribuirão de forma igualitária e controlarão democraticamente o capital do grupo de trabalho cooperado;
• Autonomia e independência que deverão ser preservadas em qualquer acordo, parceria ou contrato de trabalho com outras organizações;
• Preocupação com a comunidade, presente no planejamento e desenvolvimento de ações que fortaleçam o seu desenvolvimento sustentável.
Fonte: http://www.cooperativismopopular.ufrj.br/princ_basico.php

A proposta inicial é que a unidade possa funcionar como um empreendimento econômico e solidário, com uma forma de organização supra familiar, capaz de exercer a autogestão de suas atividades e recursos.

No Brasil, desde o início dos anos 2000, as atenções de diferentes campos do conhecimento têm se voltado para o conceito, as experiências, os movimentos sociais e as políticas públicas focadas na economia solidária, compreendida como uma resposta dos grupos populares à exclusão social, em relação ao desemprego e pobreza, mas principalmente como um caminho para a construção de um novo paradigma de desenvolvimento.

A economia solidária é caracterizada como um conjunto de atividades econômicas cuja lógica é distinta tanto da lógica de mercado capitalista, quanto da lógica do Estado. Ao contrário da economia capitalista, centrada sobre o capital a ser acumulado e que funciona a partir de relações competitivas, cujo objetivo é o alcance de interesses individuais, a economia solidária organiza-se a partir de fatores humanos, favorecendo as relações, onde o laço social é valorizado através da reciprocidade e adota formas comunitárias de propriedade. Ela se distingue também da economia estatal que supõe uma autoridade central e formas de propriedade institucional. Daí pode-se destacar um aspecto fundamental para definição da economia solidária que coloca o ser humano como sujeito e objetivo da atividade econômica e não a acumulação de capital. Fonte: http://www.ecosol.org.br

Os propósitos de nosso grupo de trabalho são uma expressão genuína da natureza dos empreendimentos solidários pois é fundado em uma lógica social e econômica que une o espírito solidário (baseado na socialização da propriedade dos bens de produção e na idéia de cooperação, da democracia e da autogestão) ao espírito empreendedor, buscando prosperar sem cair na lógica habitual das empresas, onde alguém sempre acaba mandando ou apropriando-se dos ganhos.

O artesanato com a fibra de bananeira

O artesanato feito com a fibra da bananeira surgiu de uma necessidade de otimização das condições de sustentabilidade econômica da bananicultura:

O artesanato com fibra de bananeira, da forma como tem sido amplamente difundido hoje no Brasil, teve sua origem a partir de 1991, com o “Projeto de Aproveitamento de Resíduos da Agroindústria da Banana no Vale do Ribeira-SP”. Este projeto, realizado pela ESALQ/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo). Resultou de uma solicitação do CODIVAR (Consórcio de Desenvolvimento Intermunicipal do Vale do Ribeira), e financiamento da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico-SP, com o objetivo de propor tecnologias e alternativas economicamente viáveis para o aproveitamento dos resíduos da bananicultura. (GARAVELLO, 1998).

O emprego da matéria-prima natural - o pseudocaule in natura – na confecção de produtos artesanais, foi inicialmente testada no laboratório de Antropologia e Processamento Artesanal da ESALQ, a partir da seleção e aprimoramento de um processo adequado de coleta, extração e tratamento da matéria-prima. Foram feitos ensaios e desenvolvidos protótipos de objetos de uso doméstico e pessoal, verificando a viabilidade da utilização desta matéria vegetal na composição de produtos artesanais e de decoração.

Segundo Maria Elisa P. Garavello, uma das pioneiras nas pesquisas sobre as aplicações dos resíduos da bananicultura, o projeto envolveu, inicialmente, as áreas artesanal, têxtil, de alimentação animal e humana, e de construção civil. Com o objetivo de uso têxtil foram desenvolvidos bioprocessamentos visando degomagem e alvejamento de fibras de bananeira para a indústria, de modo alternativo ao tratamento químico convencional, que é poluente.

Na área de alimentação humana ficou comprovada a possibilidade de utilização da folha da bananeira como substrato para o cultivo de algumas espécies de cogumelos comestíveis, com produtividade superior aos substratos tradicionalmente empregados. Na alimentação animal é possível a utilização dos resíduos da bananicultura em rações, mediante silagem com folhas e pseudocaule.

No setor de construção civil, foram testados blocos de solo-cal e solo-cimento, contendo fibras de bananeira, para a produção de componentes para vedação e isolamento em geral.

Também foram feitos testes com fibras de bananeira na produção de papéis artesanais e especiais, cujo mercado encontra-se em ampla expansão. A ESALQ testou processos não poluentes de fabricação de papel artesanal, obtendo ampla gama de possibilidades em termos de papéis especiais, que apresentam diferentes tonalidades e texturas, e podem ser empregados em divisórias de ambientes, revestimentos de paredes, cúpulas de abajures e luminárias, cartonagens, cartões especiais e como base de trabalhos artísticos.

Com a expansão das atividades do projeto, foram oferecidos cursos em outras regiões do país e estabelecidas parcerias com instituições públicas a nível Municipal, Estadual (Fundação Florestal, SUTACO, ITESP) e Federal (SEBRAE, UNISOL); privadas como a Fundação Bradesco, e ONG’s (Vitae Civilis e Instituto Socioambiental-ISA). Além das parcerias, a atividade tem recebido apoios de instituições, de diferentes ordens, seja através de doações de equipamentos e materiais necessários para confeccionar os produtos artesanais, (linhas, urdideiras, teares), em infra-estruturas físicas para o trabalho coletivo dos artesãos, ou logístico, para comercialização dos produtos. Mais recentemente, o SEBRAE tem acompanhado o trabalho de forma definitiva em vários Estados brasileiros.
Fonte: http://www.biologico.sp.gov.br/rifib/XIII%20RIFIB/garavello.pdf

O artesanato de bananeira insere-se numa tendência mundial de utilização de fibras naturais na composição de ambientes e de objetos de design, denominada ecodesign. Na tentativa de reaproximação do homem à natureza, observa-se uma busca de novas fontes de materiais naturais e o resgate de técnicas tradicionais, em contraposição à produção para consumo e construção de ambientes artificiais, decorrentes do avanço tecnológico e industrial.

O ecodesign refere-se à integração sistemática de considerações ambientais, ocupacionais e sociais no design de processos e produtos. É todo processo que contempla os aspectos ambientais em todos os estágios de desenvolvimento de um produto, colaborando para reduzir o impacto ambiental durante seu ciclo de vida. Isto significa reduzir a geração de lixo e economizar custos de disposição final.
O ecodesign está diretamente associado ao conceito de ecoeficiência, que sugere uma importante ligação entre eficiência dos recursos (que leva à produtividade e lucratividade) e responsabilidade ambiental.
Fonte: http://www.gueto.com.br/ecodesign.asp

Esta tendência global de valorização de produtos e serviços ecologicamente engajados pôde ser claramente observado durante CRAFT Latin América, a maior feira internacional de artesanato de negócios da América Latina e que no ano de 2008 teve como destaque os produtos feitos a partir da fibra de bananeira.
Fonte: http://www.craftlatinamerica.com.br/

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A bibliografia específica sobre estudos e experiências com a fibra de bananeira ainda é incipiente e por isso todo material de boa qualidade "garimpado" na web são verdadeiros tesouros, literalmente. Segue abaixo os resultados das pesquisas que já fizemos, incluindo também indicações interessantes de sites voltados para o terceiro setor, de textos e pesquisas sobre economia solidária e outros temas associados.

ABONG – Associação Brasileira de Organizações Não-governamentais – http://www.abong.org.br
ASSOCIAÇÃO DE DIRIGENTES DE EMPRESAS DO MERCADO IMOBILIÁRIO. Banana e pupunha tomam o lugar da madeira de lei. Disponível em:
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O aproveitamento de resíduos da bananicultura e o desenvolvimento sustentável

O Brasil é o terceiro país produtor de bananas, depois do Equador e da Índia, sendo que a banana é hoje considerada a fruta mais consumida mundialmente. Conhece-se no Brasil mais de 30 variedades de banana. A bananeira é uma planta generosa; dela tudo é aproveitado: raiz, pseudocaule, folhas, frutos e o mangará. Da culinária à medicina natural, passando pelas artes e construção civil, as aplicações de suas fibras e folhas estendem-se hoje a cerca de nove setores da economia mundial.

A cultura da banana envolve uma questão importante para o meio ambiente: o destino de seus descartes. Após o corte dos cachos da fruta, são geradas toneladas de pseudo-caules (equivalentes ao tronco das árvores frutíferas), na maioria das vezes desperdiçados. O resíduo da bananicultura representa 40% da produção do fruto, sendo geradas cerca de 13 toneladas de matéria orgânica seca por hectare plantado, quando são considerados o pseudocaule, as folhas e o engaço da bananeira.

Estima-se que um pseudocaule é constituído por aproximadamente 92% de água e 3% de fibra e que um pseudocaule com peso de 40kg de matéria verde fornecerá em média 1,2kg de matéria seca (fibra). Portanto, em 1 hectare de bananeira, com 2000 plantas (espaçamento 2m x 2m), são gerados cerca de 80 toneladas/ha de matéria verde e 2.400Kg por hectare de fibra.
Fonte: http://www.celuloseonline.com.br/imagembank/Docs/DocBank/dc/dc400.pdf

Por estas razões, todo empreendimento voltado para o aproveitamento dos resíduos agrícolas da bananicultura tem o duplo valor de proteção do meio ambiente e de desenvolvimento sustentável. A sustentabilidade de um projeto é caracterizada por três fatores: ser ambientalmente saudável, sensível às necessidades sociais, e capaz de fazer dinheiro. O resíduo produzido em uma plantação de bananas é quase tão caro quanto o produto final, e o aproveitamento das fibras e palhas do pseudocaule e das folhas pode otimizar o seu custo, transformando estes resíduos em produtos que possam ser comercializados.

A unidade de extração e o mercado emergente

2. O mercado:

Atualmente a fibra de bananeira e seus derivados encontram um mercado consumidor em cerca de nove setores do mercado:
1. Moveleiro;
2. Têxtil;
3. Gráfico (produção de papel);
4. Industria de alimentos;
5. Construção civil (revestimento de parede, piso e teto; fabricação de componentes para vedação e isolamento em geral; fabricação de revestimentos, produção de compósitos de PVC rígido; fabricação de bancos e chão de vagões de metrô; fabricação de telhas);
6. Artesanato;
7. Calçados (forro de saltos);
8. Química (produção de despoluentes de rios carvão queimado do caule); e,
9. Automobilística

O impacto da utilização da fibra não é uniforme entre estes setores, sendo em alguns deles ainda bastante incipiente, como é o caso da produção de despoluentes de rios e da indústria automobilística. Em outros já encontra-se em estágios um pouco mais avançados como é o caso do setor moveleiro, de produção de papel artesanal, de construção civil e de artesanato, ainda que o maior mercado distribuidor destes produtos seja o de exportação.
O Brasil, em comparação a países da Europa e com os Estados Unidos, está ainda dando os primeiros passos em direção à consolidação de um mercado para a fibra de bananeira e seus produtos. Existem algumas iniciativas exitosas isoladas que tem atuado como carro-chefe no desenvolvimento de pesquisas de novas tecnologias sociais, como é o caso da ESALQ-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) e da Rede de Tecnologia Social - RTS (http://www.rts.org.br/) .
A RTS reúne, organiza, articula e integra um conjunto de instituições com o propósito de contribuir para a promoção do desenvolvimento sustentável mediante a difusão e a reaplicação em escala de Tecnologias Sociais. A RTS tem ainda como objetivos: estimular a adoção de Tecnologias Sociais como políticas públicas; facilitar a apropriação das Tecnologias Sociais por parte das comunidades; e, fomentar o desenvolvimento de novas Tecnologias Sociais, nos casos em que não existam, para reaplicação. Fonte:
A extração e comercialização da fibra de bananeira e de seus derivados pode ser definida como tecnologia social, na forma como é descrita pela RTS:

“Tecnologia Social compreende produtos, técnicas ou metodologias, reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que devem representar efetivas soluções de transformação social. É um conceito que remete para uma proposta inovadora de desenvolvimento, considerando a participação coletiva no processo de organização, desenvolvimento e implementação. Está baseado na disseminação de soluções para problemas voltados a demandas de alimentação, educação, energia, habitação, renda, recursos hídricos, saúde, meio ambiente, dentre outras. As tecnologias sociais podem aliar saber popular, organização social e conhecimento técnico-científico. Importa essencialmente que sejam efetivas e reaplicáveis, propiciando desenvolvimento social em escala”. http://www.rts.org.br/rts/a-rts/proposito

Insere-se também em outro conceito que constitui uma das pedras fundamentais das políticas de desenvolvimento sustentável que é o “consumo consciente” e que inclui o atendimento das necessidades de bens e serviços das atuais e futuras gerações de maneira sustentável econômica, social e ambientalmente, isto é, um consumo com consciência de seu impacto e voltado à sustentabilidade. Consumir consciente é uma maneira de contribuir de forma voluntária, cotidiana e solidária para continuidade da vida no planeta.
Fonte: http://www.akatu.net/consumo_consciente/oque

Desenvolvimento sustentável é uma dessas expressões que em virtude do uso indiscriminado acabou perdendo-se de sua essência no imaginário coletivo. O conceito começou a ser desenvolvido em 1971 e foi definido em 1987 pelo Relatório Brundtland, da Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas, como "aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atenderem às suas necessidades".
Fonte: http://www.wwf.org.br/informacoes/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/

Na Europa existem algumas iniciativas pioneiras de utilização da fibra de bananeira em setores onde há bem pouco tempo nem se poderia imaginar, como é o caso do Metrô de Medellín, que passou a utilizar a fibra da bananeira na confecção de componentes de vagões como o piso e os assentos, que sofrem muito desgaste devido ao uso. A substituição era feita sob altos custos, uma vez que as peças eram importadas e compradas dos fabricantes. Procurando alternativas que caminhassem rumo a uma produção local, o Metrô fez uma pesquisa com a Universidade Pontifícia Bolivariana e obteve um material para produzir os bancos e pisos com características técnicas adequadas para a utilização dentro dos vagões do metrô, utilizando como matéria prima a fibra da bananeira, usualmente desperdiçada. A utilização deste material gera economia em relação aos custos de reposição, quer pela substituição de importações, quer por utilizar um elemento que atualmente não é aproveitado. Adicionalmente, a tecnologia de novas matérias permitiu que as peças novas sejam mais leves que as originais, mantendo as especificações técnicas. Os vagões que utilizam as novas peças serão um pouco mais leves, o que significa que consumirão menos energia para o transporte de passageiros.
Fonte: http://www.dicyt.com/noticia/fibra-de-bananeira-para-renovar-o-metr

No Brasil, as pesquisas no setor de construção civil apontam para a utilização com eficácia e da fibra de bananeira na fabricação de PVC rígido. A utilização de fibras extraídas do pseudocaule da bananeira, tratadas manualmente em um processo simples desenvolvido na SOCIESC - Sociedade Educacional de Santa Catarina -, mostra-se como alternativa viável na forma de fibra de reforço para a produção de compósitos de PVC rígido, tendo mostrado aumento da resistência à tração, e aumento da resistência ao impacto, bem como redução no peso específico do compósito resultante, potencializando a obtenção de componentes com melhor desempenho mecânico e menor peso. Fonte: http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/html/470/47017104/47017104.html

Pesquisadores do Grupo de Construções Rurais e Ambiência, do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP de Pirassununga, desenvolveram uma tecnologia que proporciona a produção de telhas utilizando escória moída de alto forno e resíduos de fibras vegetais de sisal, eucalipto e bananeira. O projeto denominado Sistemas de Cobertura para Construções de Baixo Custo: uso de fibras vegetais e de outros resíduos agroindustriais já produziu cerca de 200 amostras que, há quase dois anos, vêm sendo submetidas a diversos ensaios para comprovação da eficiência do produto. O objetivo principal é oferecer um material compatível com a construção de baixo custo para a população de baixa renda.

As pesquisas para o desenvolvimento das novas telhas tiveram início em 1992 e contam com financiamento do Programa Habitare da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O projeto tem como colaboradores o Departamento de Construção Civil da Escola Politécnica, o Departamento de Ciências Florestais da Escola Superior de Agricultura Luís de Queiroz e pesquisadores da Escola de Engenharia da USP de São Carlos, responsáveis pelos testes de caracterização da matéria-prima, conforto térmico e durabilidade.
Fonte: http://www.usp.br/agen/rede496.htm#Fibras

Ainda no setor de construção civil, são pioneiros os esforços da ANAB-Brasil - Associação Nacional de Arquitetura Bioecologica. Fundada em dezembro de 2005, é uma associação multidisciplinar de profissionais que representa em nosso país a possibilidade de desenvolver projetos de Construção Sustentável, tendo como ponto de partida o know-how já adquirido e aprovado internacionalmente pela ANAB - Associazione Nazionale di Architettura Bioecologica, uma organização pioneira na Itália, com 18 anos de experiência em promover a Arquitetura Bioecológica.

A Arquitetura Bioecológica é o modelo mais moderno de Construção Civil, aplicado atualmente na Europa e nos demais países do primeiro mundo. Nos países desenvolvidos, governo e sociedade, cientes da inadiável necessidade de preservar os recursos naturais existentes e possibilitar o desenvolvimento neste novo século, vêm adotando nos últimos anos os conhecimentos da Arquitetura Bioecológica.
Fonte: http://www.anabbrasil.org/

Um dos produtos de maior êxito do setor de bioconstruções e construções sustentáveis é o Banana Plac, um painel laminado composto por fibras de bananeira e resina poliuretana biodegradável de origem vegetal. A produção das lâminas de fibra de bananeira que compõem o material utiliza apenas bananeira, água, soda de origem natural oriunda de cinzas vegetais, e corantes de base mineral, no caso dos materiais coloridos. O BananaPlac é produzido em parceria com artesãos do Vale do Ribeira (SP) e se mostra como uma nova fonte de renda para a população rural, agregando mais um ciclo produtivo em torno da bananicultura, recomendado para uso como revestimento de superfícies em geral, e disponibilizado no tom natural ou descolorido, além das cores vermelho , azul e verde.

Devido às características das fibras e da resina, o material é bastante flexível, possibilitando sua aplicação em superfícies curvas diversas (curvaturas unidirecionais). A superfície acabada é resistente à água/umidade, no entanto não se recomenda o uso em áreas externas com incidência excessiva de raios UV ou em áreas onde haja contato direto e em excesso com água. (http://www.fibradesign.net/pdf/portfolio_fibra.pdf)

No automobilismo, as inovações ficam por conta de pesquisas desenvolvidas por estudantes e apresentadas durante a Maratona Universitária da Eficiência, que é uma disputa entre os carros mais econômicos do Brasil. Em sua quinta edição, reuniu 29 carros desenvolvidos por estudantes de escolas de engenharia e design de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Em 2007, a Unicamp venceu a categoria gasolina com a incrível marca de 367 km/l em um modelo que utilizava fibra de bananeira na carenagem.
Fonte: http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=34539
Na indústria química, o carvão ativado obtido através da queima controlada com fluxo de nitrogênio da fibra do caule de bananeira foi empregado para adsorver corantes em soluções aquosas. Através dos vários testes realizados, pôde-se verificar uma boa eficiência do carvão ativado obtido a partir da fibra do caule de bananeira como material alternativo para adsorção de corantes em efluentes líquidos.
Fonte: http://www.abq.org.br/cbq/2007/trabalhos/4/4-372-250.htm

Também na indústria química, a preparação de compósitos biodegradáveis pode ser feita utilizando-se fibras vegetais (bananeira, bambú, cana de açúcar, celulose, sisal, curauá, etc.) como matéria-prima, o que se enquadra no conceito da Química Verde, cujos benefícios sócio-ambientais têm motivado o desenvolvimento sustentável em todo o mundo e, de modo particular, em economias emergentes ou “em desenvolvimento”, onde apresentam os seus melhores resultados.

A ênfase em empregar recursos renováveis, amplamente disponíveis localmente, consolida um projeto de grande sinergismo sócio-econômico, pois incentiva toda a cadeia produtiva dos insumos, beneficiando fortemente o produtor rural. A demanda por produtos desta natureza (compósitos biodegradáveis de baixa complexidade tecnológica) é inexorável e sua concepção se insere perfeitamente nos anseios do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, já que privilegia a agricultura familiar com insumos de aplicação direta em comunidades e de aceitação facilitada no mercado como produto de Selo Verde.
Fonte: http://www.biodiesel.gov.br/docs/congressso2006/Co-Produtos/PreparoCompositos6.pdf

Um nicho de mercado para a fibra de bananeira que está em franca expansão, é o movimento das Sacolas Ecológicas, que nasceu em resposta para o problema do lixo produzido pelas sacolas de plástico que levam cerca de 500 anos para se decompor. As sacolas ecológicas são bolsas retornáveis e com boa capacidade volumétrica, usadas em substituição a sacos plásticos descartáveis ou de papelão. Só no Brasil são distribuídos 33 milhões de sacos plásticos por dia, e este número por si só é auto-explicativo acerca da importância do movimento das sacolas ecológicas.
Fonte: http://www.bagforlife.com.br/

Empresas que investem em projetos sócio-ambientais já mostram ascensão no mercado nacional e internacional. A Associação Brasileira dos Dirigentes de Vendas e Marketing levantou que de 3110 empresas brasileiras entrevistadas em 2007, 91% incluem a responsabilidade social em sua estratégia. Deste número 33% são empresas de grande porte, 56% de médio porte e 11% de pequeno porte.
Fonte: http://www.guiadecorar.com.br/posts/visualiza/750

No Brasil, já existem iniciativas exitosas e consolidadas como a Ecobusiness Show que:

“Tem o objetivo de reunir as lideranças dos principais players do mercado e centralizar as ações em Econegócios, promovendo integração, troca de informações e geração de conhecimento sobre os conceitos, práticas e realizações empresariais no campo da sustentabilidade em todas as esferas: social, ambiental e econômica”. (http://www.ecobusinessshow.com/)

Cerca de 74 empresas e organizações governamentais e não governamentais de diversos setores da economia, nacionais e internacionais, já estão inscritas para participar da Ecobusiness Show 2010, que reunirá algumas marcas bastante conhecidas e outras que estão emergindo no universo das iniciativas voltadas para a sustentabilidade do planeta: Axia, Clinton Climate Iniciative, COGEN – Associação da Indústria de Cogeração de Energia, Centro de Negócios e Informação de Campinas, Ecodesenvolvimento.org, Fundação Vanzolini, Green Building Council Brasil, Câmara de Negócio Suíço-brasileira, Card Express, Log Express, Ministério das Relações Exteriores, Escola de Belas Artes, Universidade Cruzeiro do Sul, Ministério de Minas e Energia, FAAP – Fundação Armando Álvares Penteado, Faculdade Flamingo, Hotec – Faculdade de Tecnologia em Hotelaria, Gastronomia e Turismo de São Paulo, Lar Escola São Francisco – Unifesp, UNIABC – Universidade do Grande ABC, Centro Universitário Metropolitano de São Paulo, UNIP – Universidade Paulista, William J. Clinton Foundation, British Touring Car Championship, MES – Eventos para o futuro, ABAL – Associação Brasileira do Alumínio, ABEAÇO – Associação Brasileira de embalagem de aço, ABESCO – Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia, ABIMAQ - Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos, ABILUMI - Associação Brasileira de Importadores de Produtos de Iluminação, ABIT – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, Revista Biodiesel BR, Revista Biodiesel, Revista Casa & Construção, Revista Cidades do Brasil, Folha Metropolitana Virtual Paper, ABIVIDRO - Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro, ABRALATAS - Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade, ABVE - Associação Brasileira do Veículo Elétrico, APINE - Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica, CATALISA - Rede de Cooperação para Sustentabilidade, Revista Eco 2, Ecoflex Trading & Logística, Revista Empreendedor, Editora Globo, Jornal do Commercio, CBCS - Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, Instituto Papel Solidário, CERPCH - Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétricas, Climatempo, Instituto Ecoar para a Cidadania, Envolverde – Revista Digital de Meio Ambiente e Desenvolvimento, Revista Época, Revista Filantropia – Responsabilidade Social & Terceiro Setor, Metrô News Virtual Paper, Eletrabus – Tecnologia em Transporte com Tração Elétrica, FITec – Inovações Tecnológicas, Skati Open Air, Gaia Brasil – Eventos Culturais, ICLEI – Governos Locais para a Sustentabilidade, Geração Sustentável – A Revista do Desenvolvimento Sustentável Corporativo, Revista Green Business, Pequenas Empresas & Grandes Negócios, Instituto Idéias - Instituto para o Desenvolvimento da Economia, do Indivíduo, do Ambiente e da Sociedade, Instituto de Arquitetos do Brasil, Mais Atitude – Instituto Socioambiental, Leone – A Casa dos Equipamentos, Mais – Projetos Corporativos, TB Petroleum, TN Petróleo – Projetos Sociais, Versátil Magazine, ORGADEM – Organização de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios, SBS - Sociedade Brasileira de Silvicultura, Sinditextil São Paulo – Sindicato das Indústrias Têxtil, Sinduscon São Paulo – Sindicato da Construção Civil. Fonte: http://www.ecobusinessshow.com/

Alguns fatos do mercado mundial consolidam mudanças significativas. Por exemplo, as principais bolsas de valores do mundo, incluindo a BOVESPA, possuem índices diferenciados para os negócios sustentáveis e suas ações têm mostrado uma estabilidade maior do que as outras, mesmo, em tempos de crise. Os bancos de varejo disputam a posição do “mais sustentável”, afinal, esse valor significa ainda mais segurança no longo prazo.

Estas empresas tem sido mundialmente reconhecidas através do “Selo Verde”, que é um símbolo que se propõe a atestar determinada característica ambiental ou socioambiental a produtos e empresas, representando valiosas ferramentas para orientar o consumidor em suas escolhas. O primeiro selo criado foi o selo Anjo Azul, pelo governo alemão, em 1978. Cinco anos após sua adoção, uma pesquisa indicava que 57% dos entrevistados dava preferência a mercadorias certificadas por esse selo. No Brasil, o movimento de certificação teve início no começo da década de 90, com os alimentos orgânicos.

A ONU estima que a economia “verde” deverá contribuir, no mundo, com mais de 20 milhões de empregos até 2030. A expectativa é que essas estimativas cresçam ainda mais e que, com uma maior consciência, possamos romper com o atual processo de desenvolvimento a qualquer custo para alcançar o desenvolvimento sustentável.
Fonte: http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=59342